Hoje é dia de desapego. É dia de olhar, até ao limite do horizonte e abrir a mente e o coração, para o reencontro com o sonho divino. Hoje é Domingo de Páscoa. Como chefe indígena, no espírito da fé, da união do perdão e a preocupação de servir, Angola, os seus autóctones e a todos que a escolheram como Pátria, recomendo…
Por William Tonet
Uma forte intercessão, para a união de todas as almas desavindas, a subirem o pedestal da humildade cristã, para abraçarem o objectivo maior: justiça, reconciliação, união de objectivos, visando o desenvolvimento, para, na correcção e aceitação dos erros cometidos, por todos, absolutamente, todos dirigentes do MPLA, que dirigem o país, há 43 anos, sejam capazes de pedir perdão, pelos males cometidos, neste Domingo de Páscoa (21 Abril 2019).
Nesse séquito partidocrata, não existem virgens inocentes, logo havendo uma erva daninha, todas o são.
Ao MPLA se exige isso, por ter governado, em partido único, desde 1975 e em único partido de 1991 a esta parte, numa lógica de fraude, que hasteia, simplesmente, em texto, uma democracia mas “acorrentada”, por circunscrita a vontade da força política dominante.
Ao actual presidente do MPLA e da República, se exige honestidade e higiene intelectual, de não fugir o passivo e a cumplicidade, que lhe emprestou.
Fica-lhe ou ficaria bem, que nesta Páscoa, fizesse “mea-culpa” aceitando, que o seu silêncio e omissão em todas as decisões, mesmo as controvertidas, não justificam nobreza, pelo contrário, podem significar, ambição desmedida e apetência cega pelo poder.
Pouco importa, hoje, justificar as omissões e covardes silêncios, no passado devido ao poder excessivo do ex-presidente da República, se, deles, agora, também, não abdica.
E quando assim é, tal comportamento, carimba uma apetência as mordomias conferidas pelo poder.
Daí que tentar oferecer uma bandeja de ouro, como se esta fosse diferente da anterior, visando confundir os povos e populações é do mais abjecto cinismo.
O MPLA é o mesmo, as práticas, igualmente, daí a corrupção estar no seu ADN, com os anteriores e actuais dirigentes, pensar o contrário é boçalismo político.
Daí não haver condições, morais e materiais, tão pouco é para se levar a sério, a ladainha da actual direcção do MPLA, pretender liderar a luta contra a corrupção, quando ela é a sua identidade de marca.
Sem um pacto de regime, entre todos actores políticos e intelectuais democratas, não será possível a moralização dos agentes da Função Pública, incubadora do cancro.
Por tudo isso, neste Domingo de Páscoa seria bom e ficaria bem, ao mais alto magistrado do país, não ter, apenas preocupação em aparecer bem na fotografia, mas com o descalabro da actual política económica.
É preciso enterrar a fome, o desemprego, a inflação, a estagnação económica, acabar com o medo ao dinheiro, para em união se possa alterar o quadro actual, uma vez nenhuma das opções políticas, económicas e financeiras dão certo.
Daí que depois de tudo e o regabofe da semana, os irmãos (camaradas ou ex-camaradas) João Gonçalves Lourenço e José Eduardo dos Santos possam ler o Salmo 55:22 (Bíblia) e vejam onde se integram, para avaliar da necessidade de pedirem PERDÃO, principalmente quem, hoje, tem o leme do poder…
O que a Bíblia diz
SALMO 55
Deus, os teus ouvidos à minha oração, e não te escondas da minha súplica.
Atende-me, e ouve-me; lamento na minha queixa, e faço ruído,
Pelo clamor do inimigo e por causa da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim a iniquidade, e com furor me odeiam.
O meu coração está dolorido dentro de mim, e terrores da morte caíram sobre mim.
Temor e tremor vieram sobre mim; e o horror me cobriu.
Assim eu disse: Oh! quem me dera asas como de pomba! Então voaria, e estaria em descanso.
Eis que fugiria para longe, e pernoitaria no deserto. (Selá.)
Apressar-me-ia a escapar da fúria do vento e da tempestade.
Despedaça, Senhor, e divide as suas línguas, pois tenho visto violência e contenda na cidade.
De dia e de noite a cercam sobre os seus muros; iniquidade e malícia estão no meio dela.
Maldade há dentro dela; astúcia e engano não se apartam das suas ruas.
Pois não era um inimigo que me afrontava; então eu o teria suportado; nem era o que me odiava que se engrandecia contra mim, porque dele me teria escondido.
Mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo.
Consultávamos juntos suavemente, e andávamos em companhia na casa de Deus.
A morte os assalte, e vivos desçam ao inferno; porque há maldade nas suas habitações e no meio deles.
Eu, porém, invocarei a Deus, e o Senhor me salvará.
De tarde e de manhã e ao meio-dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz.
Livrou em paz a minha alma da peleja que havia contra mim; pois havia muitos comigo.
Deus ouvirá, e os afligirá. Aquele que preside desde a antiguidade (Selá), porque não há neles nenhuma mudança, e portanto não temem a Deus.
Tal homem pôs as suas mãos naqueles que têm paz com ele; quebrou a sua aliança.
As palavras da sua boca eram mais macias do que a manteiga, mas havia guerra no seu coração: as suas palavras eram mais brandas do que o azeite; contudo, eram espadas desembainhadas.
Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; não permitirá jamais que o justo seja abalado.
Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de fraude não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei.